Ione Lobo, 42 anos, casada, mãe de duas filhas. Professora
universitária. Brasileira e inconformada
Estou sofrendo preconceito, quero respeito!
Abaixo a CRISTOFOBIA!
Como
educadora tenho há alguns anos apoiado grupos na reivindicação de seu espaço social
e busca de ser respeitado pelos diferentes. Sou alguém que valoriza o ser
humano na integralidade do seu ser. E que ver na diversidade a beleza e
criatividade de Deus, o criador.
Neste
momento quero fazer o meu próprio protesto e reivindicação. Não
aguento mais, ser chamada de homofobica por pessoas que não conhecem se
quer minha caminhada, minha história... ser vista como ingênua ou ignorante...
Ser julgada como segregadora ou preconceituosa só porque sou EVANGÉLICA.
Não aguento mais!
Quero aqui registrar o meu protesto, tenho nos últimos anos sofrido com classe e dignidade o preconceito aberto que a sociedade brasileira tem estabelecido de forma crescente contra nós evangélicos.
Amo os
homossexuais como gente, que ama gente, mas, muitas vezes sinto-me não aceita
por alguns deles, como se cobrada por um preconceito que não está em mim e sim
nele.
Sou como
todo bom baiano miscigenada, um pouco negra, um pouco índia, um pouco braça, e
muito gente, gente humana. Pronto, quero ter o direito de me declarar assim: só
gente.
No mês
passado fui rejeitada de participar de um processo seletivo na UNEB/ Juazeiro,
só porque me declarei negra e índia, o sujeito disse que isso não é possível...
Não é
possível se julgar impenetrável, ” raça pura”!
Há! meu
amigo, alguém neste país?
Minha raça
é de gente, gente de todas as cores...
Agora essa
foi demais, você não vai acreditar!
A igreja
que faço parte, e sou parte por direito de ir e vir, por morar em um país laico
que me concede o direito de escolher minha fé. Que foi construída em coletivo
com dinheiro e esforço dos que ali queriam ficar. Alguém disse que vai
derrubar! Confesso que demorei para acreditar que era isso mesmo que eles
queriam falar. Tanto disparate e insanidade que acho mesmo que o mundo vai
acabar...
Estão
acabando com o mundo do direito de ser gente.
Vou repetir
como já vi: “pare o mundo que quero descer!”
Quero protestar!
Isso faz
parte do meu jeito de fé protestante. Cansei de ouvir preconceituosos ferir meu
direito de ser gente!
Pense... repense...
respeite! Permita-me...
Quero ser
GENTE.
Ione Lobo